A caverna, muito ligada ao conceito de moradia provisória durante um certo período inicial da história da humanidade, serviu também como instrumento de arte para o homem pré-histórico. Suas paredes, pintadas e desenhadas por pessoas que buscavam evocar criaturas e agradecer deuses, carregam mais que só pinturas. Elas são expressões de reflexões interioranas da humanidade, que partindo desse conceito, podem ser vistas ainda hoje, analogicamente comparadas aos muros e paredes das grandes cidades.
foto tirada por mim - Rua Rio de Janeiro, Belo Horizonte
A construção de muros nada mais é que uma ferramenta de segregação espacial, criado pelo mercado em busca de "vender segurança". A partir do momento em que uma parede impõe uma barreira, delimitando o que está dentro como "seguro" e o que está fora como "perigo", ocorre uma desertificação das ruas, transformando o espaço urbano social "exterior" e individualizando ainda mais o "interior" (o qual já era individualizado), modificando assim toda uma estrutura que por algum momento tenha sido coletivista (o que é também errôneo dizer que não exista mais).
Dessa forma, há uma tentativa de re-significar a cidade a partir da arte que foi impulsionada nas últimas décadas, encontrando no grafite e no pixo potencial para tal - expressar os sentimentos e emoções das pessoas, do social, da luta pela visibilidade e por direitos e também como local de interação social.
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