sábado, 12 de março de 2016

animação cultural, de vilém flusser

Texto escrito em sala (sem alteração)
O texto mostra a reflexão de uma mesa-redonda, ao dar ênfase na relação homem-objeto e mostrar o quanto o homem depende deles, já que eles têm a função de animar a humanidade. As ideias presentes, permitem a reflexão dessas relações de dependência do homem, mostrando o quão importante a relação se tornou no momento em que a Objetividade superou a Animalidade. O valor da arte se encaixa nesse contexto, pois a medida que "certos aparelhos tomam o poder" , a arte vai se perdendo, perdendo lugar para novos aparelhos autoprogramados (a elite objetiva). Como a mesa afirma, a Revolução e os direitos que os objetos querem é nada mais que a inversão da relação homem-objeto. Em suma as ideias que permeiam o texto são sobre uma relação de opressão e repressão, devido ao poder "repressor" exercido pela humanidade sobre os objetos, necessitando alteração. A forma como se comporta a mesa e os objetos, que lutam por direitos, mostra uma interligação com a humanidade.

Texto complementar após releitura e complementação de colega
Iniciando como um tipo de convocação feito por uma mesa-redonda a seus companheiros objetos, o texto flui em um tom reflexivo e ao mesmo tempo autoritário, capaz de fazer sentirmos estar lendo algo como "1984", livro distópico escrito por George Orwell, pela persistência do "camaradismo" presente em todo texto e, principalmente, pela ideia de controle, como a Rafaela explicou em seu texto, de quem é controlado e quem controla (algo como repressão e opressão, ou não, -fica o debate-). Ao mesmo tempo em que os objetos tentam se livrar, através de uma Revolução, das ações repressivas da humanidade, há uma tentativa de mostrar a superioridade da objetividade em relação à animalidade ao fazer uma alusão à cultura ocidental e sua religião predominante, onde o mito do surgimento da humanidade - o barro -, através de um deus, ganha destaque no discurso da mesa-redonda e tem-se como verdadeiro pela mesma. Considerando que esse mito, seja de verdadeiro ou não, foi criado pela humanidade, fica evidente a intrínseca relação que existe entre o humano e o objeto.

Faço aqui um contraponto ao meu próprio texto escrito em sala: não apenas a humanidade depende da objetividade, mas também o contrario é evidente: a finalidade dos objetos é programar a humanidade, e a humanidade, dar sentido aos objetos. Há também a alusão aos processos históricos das Revoluções Industriais ocorridas no ocidente, nos séculos XIX e XX , quando as ciências começaram a se tornar subordinadas à cultura objetiva e ao surgimento das máquinas e aparelhos autoprogramados (estes, considerados a elite objetiva e que vêm ganhando destaque na modernidade, podem também, refletir, como linhas paralelas que se encontram no infinito, a atualidade humana e a desigualdade contemporânea), que acabaram por trazer, junto a essa "evolução", uma desvalorização da arte, como pode ser observado no trecho: "A tomada do poder por certos aparelhos na cena política já conseguiu em ampla medida, eliminar os valores do terreno da sociedade."

Dessa forma, a relação humanidade-objeto continua a ser interligada e paralela, e é inconscientemente identificável pela mesa-redonda em: "É difícil, para os objetos, assumir atitude objetiva perante os objetos, como é difícil para os homens assumir atitude humana perante os homens." 

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