Em relação a aula do dia 17/03, na qual foi pedido a nós, alunos, para que levássemos algum objeto que nos representasse, ocorreu o que seria mais provável: todos, inconscientemente, ficaram atrelados às lógicas causalísticas e finalísticas e não à lógica programática do entendimento flusseriano (lógica do absurdo, do acaso). Meu objeto apresentado foi um cabo USB, que partindo da sua utilidade mecanicista, ou seja, da forma causalística - conectar aparelhos celulares a computadores, por exemplo -, relaciona-se com a forma finalística, de modo a evidenciar uma ideia de conexão.
Nesse contexto de conectividade, chamei a atenção para as pessoas com quem me relaciono (amigos, por exemplo) e a união que é estabelecida entre elas e essa ponte de ligação metaforicamente representada pelo cabo, que no caso sou eu. Além disso, as outras ligações que fiz tiveram propósitos finalísticos, como a que fiz com o mapa da cidade de Belo Horizonte, o qual representa minha conflituosa sensação atual num local completamente novo: um sentimento de liberdade ao mesmo tempo que caminho preso a um pedaço de papel ou ao Google Maps, programa de localização por mapas.
A segunda ligação, mais abstrata, mostra algo que me representa como pessoa (um "pulo" bem alto para longe da lógica programática): um pedaço de papel completamente em branco, no qual alguém pode escrever, pintar, desenhar, rabiscar da forma que quiser. É dobrável, maleável, mas se rasga se não for usado com cuidado.
Além dessa discussão e tentando retornar ao assunto da lógica programática, deixo aqui algumas considerações. Para que haja uma relação programática entre os objetos devemos considerar o cabo USB como estrutura, assim como alguns projetos arquitetônicos são descritos no livro Lições de Arquitetura, de Herman Hertzberger (devem ser flexíveis e libertários, mas ao mesmo tempo não pode se deixar levar pela arbitrariedade, pelo caos). Por fim, pensar os objetos a partir de sua materialidade é algo importante, e até no baralho - se considerado como lógica programática - há um limite que pode ser observado na quantidade máxima de números e na diferenciação de tipos de cartas, não deixando assim ser possuído pelo caos, o que não impede que a lógica programática ocorra ao acaso.
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